Abramos o champanhe e o caviar, damos agora
inicio ao primeiro post no nosso blogue do projeto Supercondensadores.
Como à
semelhança da lei da vida, todos os projetos têm um inicio, e o nosso é bastante simples de
explicar:
Poder-se-á pensar que este projeto começou com
o lançamento da 2ª edição do programa Energia de Portugal mas enganam-se, este
projeto começou no Instituto Superior Técnico (IST) há cerca de 2 anos. Mais
precisamente, este projeto nasceu no seio de um grupo de investigação, o GECEA
(Grupo de estudos de corrosão e efeitos ambientais) com o objetivo de vir a
revolucionar o mundo dos veículos e equipamentos elétricos. E é aí que entra o
primeiro ator neste projeto, na altura um estudante de Eng. dos Materiais do
IST, Rui Pedro Silva, que entra neste projeto de investigação como bolseiro.
Passados 2 anos de investigação muitos avanços e recuos e histórias de
peripécias poderiam ser contadas noutras circunstâncias. O que interessa
realmente salientar é que o projeto deu os seguintes frutos: 1 artigo
científico, 1 patente pendente, 1 prémio da Sociedade Portuguesa dos Materiais,
diversas apresentações em encontros científicos entre os quais com a NASA e por
fim uma dissertação de mestrado.
A segunda parte da história deste projeto
nasce da vontade do grupo criar uma Startup e através dela trazer esta
tecnologia aliciante diretamente do IST para o mundo da industria high tech. O
lançamento da segunda temporada do Energia de Portugal catalisou este desejo
que se materializou em candidatura aprovada (equipa 47) neste programa e que
conta com a participação dos cérebros de Rui Pedro Silva, André Mão de Ferro,
Bruno Martins e João Rafael.
Deu-se início oficial do Energia de Portugal o
sábado passado. Foi um dia com muito input que ficou a ser mastigado durante
toda a semana.
Gostaríamos neste primeiro post de partilhar
em que consiste esta tecnologia.
O
aumento da procura a nível mundial de transportes mais eficientes, económicos e
amigos do ambiente bem como equipamentos eletrónicos portáteis com maior
autonomia tem estimulado o desenvolvimento de dispositivos de armazenagem de
energia. Os sistemas de armazenagem utilizados nos dias de hoje possuem algumas
desvantagens. Um dos maiores incovenientes consiste no tempo necessário para
carregar totalmente uma bateria – aguardar 6 horas para carregar a bateria do
seu automóvel elétrico para percorrer apenas 100km é uma solução muito pouco
atrativa.
Desta
forma, os supercondensadores eletroquímicos estão a atrair uma grande atenção, por
deterem uma série de vantagens de performance. Contudo, estes dispositivos
ainda não possuem a densidade energética equiparada ao das baterias comuns,
impossibilitando assim a sua comercialização. A
principal vantagem dos supercondensadores consiste na redução do tempo de carga
comparativamente ao das baterias, e tem um tempo útil de vida cerca de 100
vezes superior. Imagine poder carregar um veículo elétrico em alguns minutos de
modo a que ele percorra umas centenas de quilómetros, quem não queria?
Os
supercondensadores poderão vir a ter como principais aplicações dispositivos de
comunicação móveis e outros dispositivos eletrónicos, veículos elétricos,
equipamentos biomédicos e componentes utilizados em aviação e aeroespacial. Embora
as baterias e os supercondensadores pertençam à família dos sistemas de
armazenagem eletroquímicos, apresentam características muito distintas e
consequentemente respostas muito diferentes. Independentemente da aplicação, os
supercondensadores têm a capacidade de fornecer uma grande quantidade de
energia num curto espaço de tempo e podem ser recarregados muito mais
rapidamente que uma bateria.
O mercado de
supercondensadores está em forte expansão mundial e prevê-se que representará
uma fasquia de 5% do mercado de baterias em 2020, ou seja, movimentará cerca de
3,5 mil milhões de dólares americanos. As potencialidades de industrialização
são enormes, uma vez que a tecnologia está em plena utilização em Portugal, e
apenas será necessário fazer a adaptação desenvolvida neste estudo, que terá
como vantagens:
- redução de custos;
- simplicidade de execução;
- menores impactes
ambientais.
Dado
a sua vasta gama de aplicações, o mercado alvo para este produto seriam todos
os fabricantes de veículos (aéreos, terrestres e marítimos) e equipamentos elétricos
portáteis.
Com
base no trabalho de investigação feito até ao momento, foi desenvolvido uma
técnica de produção de supercondensadores de alta performance que colmata
diversas desvantagens até agora subjacentes a este tipo de produto. Assim, pretendemos transformar esta proposta de valor em receitas
produzindo supercondensadores à escala industrial e fornecendo toda a indústria
de transportes e fabrico de equipamentos eletrónicos.
Aqui seguem algumas imagens microscópicas dos nossos supercondensadores: